RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Gênero musical Bugio é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

 



10ª TERTÚLIA MAÇÔNICA 

DA POESIA CRIOULA


- POEMAS CLASSIFICADOS - 

Na tarde de ontem (10) a Comissão Avaliadora da 10ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, formada pelos poetas, escritores e declamadores Moisés Silveira de Menezes, Osmar Ranzolin e Pedro Darci escolheram os poemas que subirão ao palco no dia 27 de setembro no Teatro do SESC, as 18h, em Porto Alegre.

Os escolhidos foram:

LINHA MAÇÔNICA 


O ARQUITETO DO MUNDO

Autor: Alberto Sales

O CRIADOR E A CRIATURA

Autor: Don Arabi Rodrigues

MEU TIRADOR

Autor: José Luiz dos Santos

O ÚLTIMO MUURIPÁ

Autor: Cândido Brasil

GAÚCHO HOSPITALEIRO

Autores: José Estivalet / Clódis Rocha

 

Suplente:

DUALIDADE

Autor: Luis Eduardo da Silva Lima

 

LINHA NÃO MAÇÔNICA

 

CAMINHOS DE MIM

Autor: Danilo Kuhn

PASSIONAL

Autor: José Hilário Retamozo (In Memoriam)

OS ARQUITETOS DA LUZ

Autora: Tatiane da Rosa Crestani

DONA NOCA E SEU RAMÃO

Autor: Matheus Bauer

SOMBRA SANTA

Autor: Otávio Lisboa

 

Suplente:

SEXTINAS AO GADU

Athos Ronaldo Miralha da Cunha

 

 

 


domingo, 10 de agosto de 2025

 


CACO VELHO



Se tem coisa que me deixa irritado é ver um filho desrespeitando os pais. Neste sentido reculutei um poema do Padre Pedro Luis, para mim um dos maiores poetas Rio-grandenses, que traz por título CACO VELHO e o qual reproduzo abaixo desejando a todos os Pais um lindo e feliz dia.     

 

Na fazenda o piá danado,

piá maroto de nhá Tuca,

alarife e estabanado,

que a paciência só cutuca

que desdenha pra conselho 

sem respeito ao seu pai – Juca –

o chamou de CACO VELHO! 

 

Pucha ! O Juca teve anseios,

virou bicho e dromedário,

corcoveou com os arreios,

fez sermão que nem vigário

e puou o piá maleva

que no espírito incendiário

deste século se ceva.

 

- Eu sou filho da era antiga,

pura cepa e guasca honrado,

quando agravo armava briga

e era moda dar louvado.

Não havia, então, baderna,

de algum filho mal criado,

educado à la moderna.

 

Caco Velho.... Eu sou tronco

rijo e são de guajuvira,

me respeitam quando ronco

no bochincho que regira

por que sou da velha estampa

e o tourito que se atira

eu derrubo pelas guampas.

 

Moço de hoje é sem retovo

vai-lhe a cincha na virilha,

laça só terneiro novo,

na rodada tastavilha,

acha o prato sempre feito,

não caminha mais que milha,

quando apanha, foi mau jeito.

 

Pingo bravo o descogota,

em carreira é mau parceiro,

se é feijão, peru arrota,

se se mete a boi franqueiro

noutro dia sempre rosna:

- Vó me atende, vem ligeiro!   

- Mãe me traz um chá de losna!

 

Não sou filho maturrango

deste século demente,

sou da têmpera e me cango

só no meu dever de gente.

Trago honra a vida inteira

do gaúcho, felizmente,

como um cerne de tronqueira.  

 

Piá maleva, então reflita,

té a vaca – Deus nos valha –

corre aos berros na desdita

vários dias de cangalha

sem descanso e sem conforto

contra corvos e cainçalha

defendendo o filho morto.

 

Se campeias nestes dias

de progresso pasmacento,

no ventre das fidalguias

sempre fui o teu sustento.

Sim, eu sou um CACO VELHO

mas a barba é um documento

e a palavra um evangelho.  


sábado, 9 de agosto de 2025

 

PENA GUARANY


Pena Guarany - Autores: Vaine Darde, Pedro Ortaça e Gabriel Ortaça.


Marcando seu retorno a musicalidade que o consagrou, o Tronco Missioneiro Pedro Ortaça (83 anos), após enfrentar graves problemas de saúde, lança o videoclipe “Pena Guarany” publicado esta semana no canal oficial do seu filho Gabriel Ortaça.

A música nos leva a uma reflexão ante o descaso com o povo Guarani, primeiros habitantes desta terra, e servirá como parte da celebração dos 400 anos das missões em nosso solo a ser comemorado em 2026.    



sexta-feira, 8 de agosto de 2025

 


PROGRAMA O SUL TCHÊ ESPERA

para fortalecer o turismo gaúcho


Grupo Folclórico Ana Terra, de São "Chico" de Paula
participou do evento juntamente com o Secretário de Turismo 
Ronaldo Santini e o Governador Eduardo Leite 

Foto: João Pedro Rodrigues/Secom


"O Rio Grande do Sul, agora, está diferente". Com essa afirmação, o governador Eduardo Leite apresentou, nesta quinta-feira (7/8), no Palácio Piratini, o Programa O Sul Tchê Espera. A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Turismo (Setur), reúne um conjunto de medidas voltadas à promoção dos destinos gaúchos e ao fortalecimento do turismo como vetor estratégico de desenvolvimento econômico, social e cultural. O investimento será de R$ 214 milhões.

A solenidade foi marcada por momentos simbólicos que exaltaram a cultura e as tradições do Estado. Leite e o secretário de Turismo, Ronaldo Santini, apresentaram os principais eixos do programa, que articula ações com entidades do setor, campanhas de divulgação e incentivo à qualificação da oferta turística nos municípios.

Para o governador, o turismo é uma das grandes oportunidades para geração de emprego no atual contexto de transformação do mercado de trabalho. “É muito claro para nós que é uma área que deve ser prestigiada, pois é uma atividade que ainda retém muito do fator humano. A experiência do turista depende do acolhimento, e isso abre portas para que possamos gerar mais empregos aqui no nosso Rio Grande”, afirmou.

"O Sul Tchê Espera nasce como uma grande articulação para impulsionar o turismo nas nossas regiões. Mais do que um programa, é um movimento que valoriza quem somos e projeta o Rio Grande do Sul como destino de oportunidades, cultura e desenvolvimento", frisou Santini.

Um dos destaques é a parceria estratégica com o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que contará com R$ 3,5 milhões para transformar a cultura do Rio Grande do Sul em experiência turística. A iniciativa vai valorizar os Centros de Tradição Gaúcha (CTGs) como espaços de recepção de visitantes, promoção de vivências e fortalecimento do turismo cultural em todo o Estado. 

“Já temos uma grande alavanca do turismo, que é a Serra Gaúcha, reconhecida nacionalmente. Mas agora é hora de promovermos ainda mais aquilo que é peculiar, que é nosso. Transformar a nossa cultura em experiência qualificada para quem vem de fora, sem descaracterizá-la. São ajustes, melhorias no receptivo, na gastronomia, nos eventos, que fazem da vivência algo inesquecível e tipicamente gaúcho”, explicou Leite.

O Sul Tchê Espera inclui uma ação inédita: o Mapa de Experiências Farroupilhas, que transforma setembro, o “mês farroupilha”, em produto turístico comercializável, conectando eventos, roteiros e vivências.

Também foram anunciadas as Soberanas do Turismo RS 2025: a rainha Vitória Grando, a primeira princesa Jennifer Lopes e a segunda princesa Eduarda Dahm. O trio irá representar os destinos gaúchos ao longo do próximo ano.

O Sul Tchê Espera também marca uma virada na comunicação institucional da Setur, com foco na integração entre os segmentos turísticos e na valorização da identidade regional. A campanha irá fortalecer o posicionamento do Rio Grande do Sul como um destino diverso – com roteiros de inverno, turismo rural, cultura tradicionalista, gastronomia, natureza e eventos ao longo de todo o ano.

Resenha do texto de: Bernardo Zamperetti/Ascom Setur


Nota do Blog: Até que enfim o Governo estadual acordou e viu que a tradição gaúcha é a identidade cultural de nosso Estado. Quando eu (Léo Ribeiro) fui membro do Conselho de Cultura, era uma dificuldade tremenda passar um projeto relacionado com os costumes tradicionais. Muitos conselheiros lincavam o gaúcho com o agro ou com os criadores de cavalos crioulos, para eles uma classe abastada que não precisava de verbas governamentais. Esqueciam do peão de fazenda e dos CTGs encravados nas vilas cumprindo uma função social. 

Ainda bem que tudo isso está mudando e muito se deve ao Secretário de Turismo Ronaldo Santini e ao Secretário de Cultura Eduardo Loureiro. 





quinta-feira, 7 de agosto de 2025


MEDALHA DA 56ª LEGISLATURA

ao Musicanto Sul-americano de Nativismo


Por proposição do deputado Luiz Marenco, o Musicanto receberá a Medalha da 56ª Legislatura, em reconhecimento à contribuição cultural e à integração latino-americana que este importante festival promove há mais de 40 anos.

A entrega da honraria será no dia 11 de agosto, às 16h30, no Salão Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa — justamente um dia após o aniversário de 94 anos de Santa Rosa, berço do festival.

Criado em 1983, por Luiz Carlos Borges, o Musicanto é palco de talentos brasileiros e sul-americanos, fortalecendo nossa identidade e projetando a cultura do Rio Grande do Sul além-fronteiras.

Parabenizamos o presidente do festival, Fernando Borella, e todos que, ao longo de quatro décadas, vêm mantendo viva essa chama nativista que pulsa no coração de Santa Rosa e do Rio Grande.




  

MEDICINA CAMPEIRA



Com esta breve mudança de temperatura peguei uma gripe daquelas. Ando amolado, com o lombo doído e sem ânimo para o trabalho (coisa comum neste corpo).

Por este motivo me vali de algumas receitas lá de fora, que sempre dão resultados positivos nestas horas.

Em todos os ranchos campeiros costuma-se efetivar uma série de recursos nativos quando acontece um acidente ou anormalidade na saúde.

Uma das primeiras providências é buscar saber se uma pessoa está febril. Não dispondo de um termômetro para “tirar” a febre, costuma-se colocar os lábios na testa do paciente. O calor dirá se a pessoa está com temperatura alterada.

Tratando-se de uma dor de garganta, comum nas oscilações climáticas do sul, introduz-se na garganta uma colher de sopa pelo cabo. O estado das amígdalas fornecerá o diagnóstico.

Para aliviar uma dor de dentes violenta, faz-se o paciente gargarejar um chá com semente de papoula ou folhas de malva.

Uma dor de cabeça é aliviada colocando-se nas fontes (fronte ou testa) rodelas de batata crua.

Um desfalecimento ou desmaio, conhecido popularmente por chilique, recebe logo uma terapêutica popular: a vítima deve aspirar vinagre, ou, na falta deste, álcool puro.

Um engasgue é aliviado de imediato com umas batidinhas nas costas do engasgado, acompanhadas da competente oração.

Se uma espinha de peixe tranca na garganta, faz-se o sinistrado engolir farinha de mandioca ou miolo de pão.

Contra cortes que produzem hemorragias, costuma-se colocar no local pó de café.

Os “galos” produzidos por batidas são aliviados colocando-se, sobre o local, a face fria de uma faca.

O veneno produzido por ferrão de certos peixes como o pintado, é tratado com urina logo após o acidente.

As picadas de insetos, com uma pasta de fumo mascado sobre o ferimento.

O bicho-de-pé (tunga penetrens), exige sua extirpação, retirando-se o saquinho contendo os ovos. Aplica-se sobre o ferimento querosene ou creolina.

O cobreiro (cobrelo) só pode ser tratado por meio de benzedura.

As frieiras são tratadas com vinagre, querosene, creolina ou açúcar.

Uma diarréia não resiste a um tratamento a base de chá com folhas de pitangueira, goiabeira e casca de romã.

Já a prisão de ventre encontra no velho óleo de rícino (purgante) o seu remédio ideal.

Para curar uma borracheira (embriaguês) nada melhor do que um café preto, sem açúcar, com cinzas do fogão.

Para cólicas, bolsa de água quente sobre o local dolorido.

Obtém-se um ótimo vomitório, irritando a campainha (úvula) com uma pena de galinha.

O excesso de gases é combatido com bicarbonato de sódio.


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

 

FILOSOFIAS GAUDÉRIAS 

Em Trovas Literárias


Aldo Chiappe


O gaudério de verdade
ficou preso em arame e grampo
quando a cerca chega e invade
a vastidão destes campos.

                                     Léo Ribeiro 






terça-feira, 5 de agosto de 2025

 








segunda-feira, 4 de agosto de 2025

 

REPONTANDO DATAS - 04 DE AGOSTO



Tive a emoção de conhecer o túmulo de Anita Garibaldi, em Roma. 
Escultor Rutelli 


Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em Laguna, a 30 de agosto de 1821 e morreu em Mandriole, Itália, no dia 4 de agosto de 1849. 

Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registro dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registro de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma ação judicial para obter o registro de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A ação tramitou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna.

Descendente de portugueses imigrados dos Açores à província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta. O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antônia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).

Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimônio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.

Anita tinha 18 anos quando encontrou-se com Giuseppe Garibaldi. Ele tinha 32 anos. Garibaldi tomava parte das tropas farroupilhas de Davi Canabarro, em julho de 1839, que chegaram para tomar Laguna e formar a República Juliana.

Ao chegar a Laguna, a bordo da embarcação "Itaparica", tomada do inimigo e armada com sete canhões, Garibaldi observava com uma luneta as casas da barra de Laguna. Observou então, em um grupo de moças que passeava, uma jovem cujo rosto conquistou sua imaginação e seu coração. Providenciou um barco, foi até a margem e depois até o local onde a tinha visto, porém não a encontrou.

Tinha perdido a esperança de encontrá-la, quando um habitante local o convidou a ir a sua casa para um café. Garibaldi aceitou e na casa encontrou a jovem que procurava. Assim Garibaldi relata o encontro em suas memórias: "Entramos, e a primeira pessoa que se aproximou era aquela cujo aspecto me tinha feito desembarcar. Era Anita! A mãe de meus filhos! A companhia de minha vida, na boa e na má fortuna. A mulher cuja coragem desejei tantas vezes. Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminiscência. A saudei finalmente e lhe disse: 'Tu deves ser minha!'. Eu falava pouco o português, e articulei as provocantes palavras em italiano. Contudo fui magnético na minha insolência. Havia atado um nó, decretado uma sentença que somente a morte poderia desfazer. Eu tinha encontrado um tesouro proibido, mas um tesouro de grande valor."

Em 20 de outubro de 1839, Anita decide seguir Garibaldi, subindo a bordo de seu navio para uma expedição militar.

Em Imbituba recebeu o batismo de fogo, quando a expedição corsária foi atacada pela marinha imperial do Brasil. Dias depois, em 15 de novembro, Anita confirma sua coragem sem fim e seu amor heroico a Garibaldi na famosa batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, na qual se expõe a grande risco de morte, atravessando uma dúzia de vezes a bordo da pequena lancha de combate para trazer munições em meio a uma verdadeira carnificina.

Em 12 de janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira. Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indômito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distração dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas, chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.

Em 16 de setembro de 1840, nasceu no Estado do Rio Grande do Sul, na então vila e atual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.

Em 1841, quando a situação militar da República Rio-grandense tornou-se insustentável, Garibaldi solicitou e obteve do general Bento Gonçalves a permissão para deixar o exército republicano. Anita, Giuseppe e Menotti mudaram-se para Montevidéu, no Uruguai, receberam um rebanho de 900 cabeças de gado, das quais, depois de 600 km de marcha, 300 chegaram a Montevidéu, em junho de 1841.

No Uruguai, em 1842, dois anos e meio após seu encontro, o casal legalizou sua união, na igreja de São Francisco de Assis, em Montevidéu. A certidão de casamento era exigida pela constituição do Uruguai a quem aspirava cargos públicos. Garibaldi foi indicado comandante da pequena frota uruguaia, que combatia a potente esquadra naval argentina, comandada pela almirante William Brown.

No Uruguai nasceram os outros três filhos do casal: Rosa (1843), Teresa (1845) e Ricciotti Garibaldi (1847). Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta, o que fez Anita e Garibaldi sofrerem muito.

Em 1847, Anita foi para a Itália com os três filhos e encontrou-se com a mãe de Garibaldi. Elas depois viajaram para a cidade de Nizza, (atual Nice, na França), onde ficaram morando. O próprio Garibaldi reuniu-se a eles alguns meses depois, quando voltaram a Itália. Os filhos de Anita e Garibaldi ficaram na França com a mãe dele.

Em 9 de fevereiro de 1849, presenciou com o marido a proclamação da República Romana, mas a invasão franco-austríaca de Roma, depois da batalha no Janículo, obrigou-os a abandonar a cidade. Com 3 900 soldados (800 deles a cavalo), Garibaldi deixou Roma. Em sua perseguição saíram três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos) com quarenta mil soldados. Ao norte lhes esperava o exército austríaco, com quinze mil soldados. Anita e o marido tinham que enfrentar a guerra e lutar para salvar o território italiano. Mesmo grávida do 5º filho, ela enfrentou tudo até o fim.

Anita, no final da gravidez, tentou não ser um peso para o marido, querendo deixá-lo despreocupado para lutar sozinho na guerra, em que ela poderia ir morar com a mãe dele, como seus filhos moravam, mas suas condições de saúde pioraram quando atingiram a República de San Marino. Ela e Garibaldi decidiram não aceitar o salvo-conduto oferecido pelo embaixador americano e continuaram a fuga, pois não teriam como lutar contra milhares de soldados e se fossem presos, morreriam na cadeia. Com febre e perseguida pelo exército austríaco, foi transportada às pressas à fazenda Guiccioli, próximo a Ravenna, onde morreu no parto junto com a criança, em 4 de agosto de 1849, para desespero de Garibaldi.

Caçado pelos austríacos, sem nem sequer poder acompanhar o sepultamento da esposa, Garibaldi saiu outra vez para o exílio e nos dez anos em que esteve fora da Itália, os restos mortais de Anita foram exumados por sete vezes. Por vontade do marido, seu corpo foi transferido a Nice. Em 1932, seu corpo foi finalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma.

Considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem, Anita foi homenageada pelos brasileiros com a designação de dois municípios, ambos no estado de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileiras possuem também ruas e avenidas com seu nome, como a avenida Anita Garibaldi, em Salvador, Bahia. Em abril de 2012 foi sancionada a Lei 12.615 que determinou que seu nome fosse inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.



domingo, 3 de agosto de 2025

 


UM POUCO DE BOM HUMOR 
NESTE DOMINGO CARRANCUDO

- COLOQUE UMA LEGENDA NO CARTUM - 


Crist

Eu (Léo Ribeiro) colocaria assim: - Admiro a dedicação da minha prenda mas acho que ela já está precisando de óculos !



 

45ª COXILHA NATIVISTA - RESULTADO


Compartilhamos do Blog Ronda dos Festivais, do amigo Jairo Reis, um incansável batalhador em prol dos festivais nativistas, o resultado final deste grande evento Coxilha Nativista, de Cruz Alta. 


Comissão do Festival e músicos da composição vencedora 

Após cinco dias de intensas atividades em favor do nativismo e da cultura gaúcha, a 45ª Coxilha Nativista de Cruz Alta foi finalizada na noite de sábado, 02 de agosto com a apresentação das 15 (quinze) músicas finalistas e a posterior premiação daquelas obras que se destacaram, segundo a ótica da comissão avaliadora, constituída por Cristiano Quevedo, Glauco Vieira, Henrique Fernandes, Nando Soares e Silvio Genro. A missão não deve ter sido fácil, diante da notável qualidade das canções concorrentes. O resultado, anunciado já na madrugada de domingo, pode ser conferido a seguir:

 

Primeiro Lugar:  O TEMPO E O VENTO

Ritmo:  Milonga

Letra: Carlos Eduardo Nunes

Melodia: Marcelinho Carvalho

Interpretação:  Filipi Coelho e Cristiano Fantinel

 

Segundo Lugar:  ETERNOS

Ritmo: Milonga

Letra: Adair de Freitas

Melodia: Cristiano Fantinel/Juliano Moreno

Interpretação: Adair de Freitas, Cristiano Fantinel e Juliano Moreno

 

Terceiro Lugar:  A PONTE QUEIMADA

Ritmo: Milonga

Letra: Alexandre Giacomini

Melodia: Fernando Rossato

Interpretação: Felipe Mello e Germano Fogaça

Recitado: Marcelinho Carvalho

 

Música Mais Popular:  VÉINHO PRA LÁ DE PACHOLA

Ritmo: Rancheira

Letra: Jorge Luís Carneiro

Melodia: Guaikika

Interpretação: Guaikika

 

Melhor Tema 120 Anos de Érico Veríssimo: VERÍSSIMAS

Ritmo: Milonga

Letra: Lenir Prates

Melodia: Taine Schettert

Interpretação: Taine Schettert

 

Melhor Intérprete:  TAINE SCHETTERT

Música: Veríssimas

 

Melhor Instrumentista:  MARCELINHO CARVALHO

Instrumento: Violão

Música: A Ponte Queimada

 

Melhor Letra: AS FASES DO TEMPO

Ritmo: Milonga

Letra: Mari Pereira

Melodia: Taine Schettert

Interpretação: Taine Schettert e Matheus Pimentel

 

Melhor Arranjo: O ÚLTIMO NETO

Ritmo: Chamame

Letra: Rômulo Chaves

Melodia: João Paulo Deckert

Interpretação: João Paulo Deckert

 

Melhor Melodia:  A PONTE QUEIMADA

Ritmo: Milonga

Letra: Alexandre Giacomini

Melodia: Fernando Rossato

Interpretação: Felipe Mello e Germano Fogaça 

 

Melhor Conjunto Vocal:  O TEMPO E O VENTO

Interpretação: Filipi Coelho e Cristiano Fantinel e grupo

 

Melhor Indumentária:  RAFAEL "CABO DECO" OVÍDIO

Música: A Cruz do Cruzeiro


sábado, 2 de agosto de 2025

 


FELICIDADE CAMPESINA




Padre Pedro Luis, o Gênio do Pampa


Sobre a touca ver-escura 

das coxilhas onduladas

 - derradeira douradura

destas tardes angustiadas -

brilha ainda meia braça

de sol pondo. Longe passa

o caboclo mais bizarro

ao tranquito da Mimalha

saboreando o seu cigarro

com um palmo bom de palha. 


Sua mente, na almofada

destes campos e fazendas,

da verdura emoldurada

de florinhas e alvas rendas,

é o ginete dos espaços,

sob as puas e os relhaços

é livre da fantasia,

das regiões dos devaneios

e não tem como seu guia

o bocal atroz do freio. 


 

 


73º CONGRESSO TRADICIONALISTA




Começou ontem e termina no dia de hoje o 73º Congresso Tradicionalista Gaúcho, aonde se debate as diretrizes do MTG do RS. 

Entre tantas proposições, algumas de fundamento outras mais para agradar seus pares, tem uma que me agrada (se é que entendi bem). Proposição 6: Alteração do Art. 52 do Estatuto sobre a duração dos mandatos das Regiões Tradicionalistas – Evandro Martins Otero. 

Tem Coordenador Regional perpetuado no cargo. Por melhor que seja sua administração, a troca, a descontinuidade, pode trazer alma revigorada, a renovação de ideias e a formação de novos líderes.    

Vamos aguardar.

 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

 

REPONTANDO DATAS / 01 DE AGOSTO

NASCE AURELIANO DE FIGUEIREDO PINTO



 Aureliano de Figueiredo Pindo, ao centro, de óculos,
nos seus tempos na Escola de Medicina

Na data de hoje, dia 1 de agosto, comemora-se o nascimento daquele que considero o maior poeta gauchesco, Aureliano de Figueiredo Pinto. Com seu vigoroso regionalismo, o nosso idioma, longe de empobrecer-se, adquiriu novas e cintilantes riquezas.

Seus poemas, nascidos das vivências campeiras, com invernos, tropeadas, rondas, noites longas, chimarrão, e outros temas rudes e belos. São sempre, impregnados de comovente humanismo e iluminados pelo sol de sua fulgurante cultura. A divulgação de seus versos magistrais é, pois, exigência imperiosa de todos os que cultuam as letras pampeanas e que amam nossa Querência.

Nada, nos seus versos, do apenas fácil e pitoresco que caracteriza uma boa parte de poesia gauchesca. A poesia de Aureliano Figueiredo Pinto, profundamente ligada a terra, tem uma extraordinária densidade humana, assumindo sua temática, em muitos passos, o sentido de um canto geral que transcende o mero regionalismo. Poucos livros refletem com mais autenticidade o homem e a paisagem do Rio Grande do que estes "Romances de Estância e Querência".

Aureliano de Figueiredo Pinto nasceu em 1º de agosto de 1898, na fazenda São Domingos, município de Tupanciretã, filho de Domingos José Pinto e de Marfisa Figueiredo Pinto. Exerceu o ofício de médico, mas por essência foi poeta e escritor.

O processo de alfabetização inicia-se em 1904 quando recebeu aulas de sua mãe, quatro anos depois no colégio Santa Maria em Santa Maria, seguiu seus estudos, de onde enviou a sua mãe seus primeiros poemas.

Aureliano inicia ali seu martírio, sua ressurreição e sua glória: escrever.

Aos 17 anos, nasceu uma grande amizade com Antero Marques. Antero seria, pela vida afora companheiro, crítico e confidente a dividir aulas, pensões, ruas, e uma infinidade de cartas. Iniciam as discussões políticas, literárias e filosóficas, que os levariam a participar da Revolução de 30. Passou a residir em Porto Alegre 3 anos mais tarde, onde prepara o vestibular para Direito, que trocaria mais tarde pela Medicina. Os poemas escritos em meio às anotações escolares antecediam sua estréia com poemas publicados no jornal Correio do Povo, com pseudônimo e nome próprio e nas revistas Kodak e A Máscara, um ano mais tarde.

Amigos passam a classificar seus poemas entre as correntes simbolista e parnasiana. Entre as anotações de aula, Aureliano escreve o poema Gaudério, que marcaria sua vinculação com o nativismo. Anos depois, Gaudério e Toada de Ronda seriam musicados por João Fischer. Segundo testemunhas de Antero Marques, Raul Bopp, entusiasmado com a produção do poeta diria que "Bilac assinaria estes versos" O poema Toada de Ronda é considerado o marco inicial da poesia nativista no Rio Grande do Sul.

Em 1924, parte para o Rio de Janeiro estudar Medicina, lá cursa o primeiro e o segundo ano e retorna a Porto Alegre. Lê Paja Brava, do Viejo Pancho, que marcará sua produção artística, e também livros de poetas regionalistas uruguaios e argentinos, que o influencia a escrever poemas em espanhol. Em 1926, volta aos estudos de Medicina no Rio de Janeiro, mas no mesmo ano retorna a Porto Alegre. Somente em 1931, conclui o curso de Medicina, e logo abre seu consultório em Santiago. Abre o coração aos campos e aos tipos humanos que o povoam.

A partir dali o trabalho de médico rouba-lhe o tempo de leitura e criação. Passa a fazer viagens ao interior do município, atendendo a chamados médicos e fica com os peões tomando mate e ouvindo causos.

Três anos mais tarde por falta de dinheiro dos clientes para compra de remédio, suas práticas médicas são interrompidas. Aureliano cria um código que é colocado nas receitas, para que fossem debitadas para alguns de seus amigos. Nessa época, seus poemas são datilografados por Túlio Piva, para quem produz textos para serem lidos na rádio local.

Em 1937, já com quase 40 anos, passa a dirigir o Posto de Higiene de Santiago. Anos mais tarde, seria o fundador do Hospital de Caridade. Casa com Zilah Lopes, em 29 de dezembro de 1938 com que tem 3 filhos. Em 1941, troca Santiago por Porto Alegre, assume a subchefia da Casa Civil do interventor Cordeiro de Farias. Fica poucos meses no cargo e retorna a Santiago.

Em 1956 inicia a reunir e selecionar seus poemas, espalhados entre amigos, para publicá-los em livros. Seu filho José Antônio vai à Editora Globo e ali espera até ter em mãos dez volumes de Romances de Estância e Querência – Marcas do Tempo o primeiro livro publicado de Aureliano de Figueiredo Pinto.

Aureliano vem a falecer em 22 de fevereiro de 1959 com câncer. Em 1963, é publicado "Ad Sodalibus" pela Livraria Sulina, seu segundo livro de poesias Romances de Estância e Querência – Armorial de Estância e Outros Poemas. Em 1974, é publicada pela Editora Movimento, a novela Memórias do Coronel Falcão. Em 1975, Noel Guarany recebe autorização dos familiares do poeta para musicar Bisneto de Farroupilha e Canto do Guri Campeiro.


quinta-feira, 31 de julho de 2025

 

A TRADIÇÃO É UMA INVENÇÃO


Shana Müller, mulher que admiro e respeito como cantora e comunicadora, ao conceder uma entrevista ao site da ZH, proferiu a seguinte frase: "a tradição é uma invenção e as vezes precisa ser reinventada".

Justo ela que se tornou conhecida expressando através da música, rádio, jornal e TV, as nossas tradições.

Talvez a artista tenha confundido tradição com tradicionalismo.  

Que tenha suas restrições quanto ao "machismo" que, segundo ela, andeja pelo tradicionalismo, tudo bem, mas atacar sem fundamento o que nos foi legado por nossos avós, tem uma distância de légua e pico. 

Tradição, para quem não sabe, é a transferência oral ou escrita de fatos, lendas, ritos, usos e costumes de geração para geração. E isto não é uma invenção.

Te vira no túmulo, Barbosa Lessa!   


quarta-feira, 30 de julho de 2025

 

GRÃO-MESTRE E FRATERNIDADE GAÚCHA 

VISITAM A GAÚCHOS TEMPLÁRIOS  




O Soberano Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul Marcus Vinícius Bortolotto e sua comitiva, juntamente com o Piquete Fraternidade Gaúcha, estiveram na noite de ontem, 29, em visita à Loja Maçônica Gaúchos Templários, Oficina que trabalha mesclando as tradições do Estado em consonância com o que preconiza a nossa Arte Real. 

Na oportunidade o Grão-mestre entregou ao Venerável Mestre Maurício Bastos de Freitas, uma Prancha de sua autoria com escritos que denotam o seu carinho por nossa "GGTT". A leitura pelo próprio Soberano emocionou a todos os presentes.

A noitada com muita música, como é de costume nas reuniões da Gaúchos Templários, serviu para solidificar ainda mais o foco de cada instituição, Loja e Piquete, na preservação da nossa cultura regional. Total, a história Rio-grandense está recheada de Irmãos. 

Para celebrar um suculento Ágape foi servido.